Onde existe consciência, existe vida. No yoga, a consciência pode ser dividida em três núcleos: consciência do corpo, consciência da respiração e consciência da mente. Falaremos sobre cada um deles separadamente, mas é bom lembrar que eles estão em constante interação. São inseparáveis – da mesma forma que os passos do aprendizado e da prática do yoga, de acordo com Patanjali. O yoga propõe integrar e aprimorar os aspectos internos (psíquico e espiritual) por meio dos aspectos externos (que estão no físico). Por meio do corpo como instrumento, podemos desenvolver as dimensões mais sutis.
No hatha yoga, consciência do corpo (também poderíamos dizer consciência no corpo) indica o ajuste na posição (asana). Esse ajuste ocorre quando o corpo encontra conforto e equilíbrio na postura estável sem que apresente contrações dolorosas ou angústias. É por isso que se diz que, ao conquistar o asana, o iogue assume naturalmente a posição que pretendia alcançar.
Quando isso acontece, é desejável trabalhar os aspectos sutis ou internos (mente, emoções e alma) por meio do aspecto grosseiro ou externo (o corpo). Patanjali não descreve quais são os diferentes asanas do yoga, apenas diz que um asana é a posição que deve ser estável e confortável, contemplando o relaxamento do esforço.
Com a devida observação, o praticante de yoga percebe como o seu corpo está no espaço. Ele percebe isso como se olhasse para um espelho interno. Sempre respeitando os seus limites, ele observa seu mestre. Contudo, sabe que o asana é só seu, e não deverá ser comparado ao de mais ninguém. É então que ele aprende como executar o asana corretamente, pois internaliza os métodos de entrada, manutenção e finalização da posição.
Essa percepção é desenvolvida por meio da constância, da persistência na prática atenta. Com o tempo, o praticante ganha autonomia e aprende a identificar os muitos efeitos que as variadas posições de yoga causam ao corpo, à respiração e à mente. Dessa forma, ele sente os benefícios do yoga em sua totalidade transformadora, e também pode vivenciá-los no seu dia a dia.
Namastê!
Silvia Oliveira