A Sabedoria da Vibração Interna X Agitação Externa

A Sabedoria da Vibração Interna X Agitação Externa

Essencialmente, nossa vibração energética interna é pura harmonia. Porém, ao negar, omitir ou deturpar a realidade, vamos contra o nosso ser, caindo no vazio (patologia), como nos esclarece o livro Metafísica Trilógica – A Libertação do Ser, de Norberto Keppe.

Modernamente, de tal modo temos nos afastado  dessa essência, que mal podemos ouvir sua voz clamando por liberdade. Então, como retornar ao nosso eu original e desfrutar de uma vida plena e feliz para a qual fomos criados?

Antes de mais nada é preciso perceber que geralmente “soltamos” nossas condutas prejudiciais, a nós mesmos e aos outros, enquanto censuramos fortemente perceber esse fato. Assim sendo, temos de fazer o caminho oposto: libertar a consciência e segurar o comportamento errôneo, como condição fundamental para conservar ou recuperar a saúde.

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Conforme indiquei na postagem passada, vem como passo inicial o reconhecimento humilde dos nossos próprios erros, tendências e intenções. Tal consciência surge depois que “brecamos” nossa vontade invertida, impedindo-nos de fazer coisas destrutivas para nós e para nossos semelhantes.

Em seguida apontei como caminho conjugado, a meditação, que, no Hatha Yoga, costuma vir depois de um preparo feito através de exercícios psicofísicos e respiratórios, que envolvem também o relaxamento.

yoga propõe a auto-observação e reconhecimento da consciência do corpo, da mente e da respiração. Podemos entender que a psique está envolvida em todos esses processos, sejam internos (autoconhecimento), sejam externos (realidade e influências externas), sejam inter-relacionais (relacionamento com os demais e com Deus).

Por isso, quando pensamos no entendimento dos mecanismos da psique e a colocamos como lupa para decifrar os comportamentos patológicos, poderemos entender melhor as causas dessa “atitude apressada”, de disputa, competitividade e desrespeito que podemos observar em muitos momentos de nosso cotidiano, da qual falei na postagem passada.

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É bom ver que temos de estar atentos a nossa responsabilidade em resgatar um interior vibrante, cheio de vida e realizações. Trata-se de um resgate e não de uma conquista, pois essencialmente já somos assim. Em grande parte depende mais de aceitar, reconhecer o bem que já possuímos, e parar de atacar e / ou estragá-lo.

É fundamental nesse processo procurar realizar sempre uma ação boa, bela e verdadeira (de ajuda aos semelhantes), como afirma Norberto Keppe.. A ação boa tem essa capacidade de trazer à tona o verdadeiro ser de cada um de nós. Atividades que beneficiem não somente a si próprio, mas principalmente aos demais.

“O ser em si é basicamente o amor, e só se torna inteligível através dele; posso mesmo afirmar que não se trata de agir por afeto, mas que a verdadeira ação por si mesma é o amor – pessoa alguma poderá realmente existir senão pelo amor.”                                                                         (Norberto Keppe

No texto da postagem passada, “Sabedorias da Lentidão”, constatei que podemos perceber que a realidade que nos cerca vem construindo seres desconexos e estressados e estes, por sua vez, formam uma sociedade apressada e doente. E propus o yoga e suas práticas meditativas como um excelente meio para harmonizar a rapidez, que é uma virtude, com as sabedorias da lentidão.

Dr. Keppe em seu livro Metafísica Trilógica – A Libertação do Ser, já citado, nos mostra que essa sabedoria precisa estar imbuída de energética, vibração interna (positiva por natureza) que decorre da ação boa. A sociedade segue valores invertidos, que conduzem as pessoas a pensarem que a realização bem sucedida decorre de fatores externos. Como se a agitação externa, a correria, a atitude apressada é que permitisse o sucesso. E não que o externo saudável, próspero e equilibrado depende dessa vibração interna que possui uma sabedoria intrínseca. Sendo necessário conscientizar as patologias psíquicas pessoais e sociais para que o “ser” possa desabrochar.

     “A ação pura é o ato primeiro que faz toda a perfeição essencial se   manisfestar”

(Norberto Keppe)

                                                                                                         

Concluindo, no processo de autoconhecimento que o Hatha Yoga propõe, em todos os seus aspectos e etapas, a prática, a vivência, isto é, a ação vem em primeiro lugar. Sejam os aspectos subjetivos (como meditação, mentalização etc.) ou objetivos (como exercícios físicos, respiratórios etc.). Consequentemente vem a consciência do corpo, da mente e da respiração. Alcançando beneficamente a psique e o espírito.

A prática desse sistema é potencializada com a interiorização dos saberes comentados nesse breve texto, com o reconhecimento de que o menor não pode produzir o maior, os sentidos não podem produzir pensamentos e a agitação externa não pode fornecer bons resultados.

Referências bibliográficas:

PACHECO, Claudia Bernhardt de Souza. De olho na saúde – O ABC da psicossomática trilógica. 1. ed. São Paulo : Proton Editora, 2007. p. 21, 67, 68

KEPPE, Norberto R. Metafísica Trilógica – A libertação do Ser. 2. Ed. São Paulo : Proton Editora, 1999. p. 18, 130, 13