Lembrando que os niyamas são preceitos que devem reger as atitudes do praticante de yoga em relação a si mesmo, conforme Patanjali prescreve em seus sutras. São um total de cinco, dos quais já vimos quatro, que são: contentamento (santosha), autodisciplina (tapas), autoestudo (svadhyaya) e purificação (saucha). Veremos agora ishvara pranidhana. Ishvara refere-se a toda consciência onipresente; pranidhana significa ”render-se”. Juntas, essas palavras são frequentemente traduzidas como “devoção”, que implica fé. Como você vai direcioná-la, dependerá também de suas crenças. O que percebo é que em essência essa “devoção” se traduz como um expressivo “sim” à vida. Acreditar que existe bondade na vida, que ela é nossa aliada e não inimiga. A famosa frase do Professor Hermógenes mostra essa atitude: “Entrego, confio, aceito e agradeço”. O que não significa apatia ou comodismo.
Quando praticamos hatha yoga, o estado meditativo que permeia toda a prática demanda essa confiança e entrega. Por isso Patanjali em sua codificação do sistema de yoga em oito partes, prioriza a vivência dos preceitos éticos, yamas (disciplina externa) e niyamas (disciplina interna) que precedem os asanas (exercícios psicofísicos), pranayama(exercícios respiratórios), pratyahara (abstração dos sentidos) e samyama (yoga mental).
O exercício de ishvara pranidhana produz no praticante um estado de espírito sereno, confiante e traz o reconhecimento da interconexão que temos com tudo e com todos ao nosso redor. Assim como precisamos ser cautelosos, práticos e lógicos para sobrevivermos, temos de cultivar a capacidade de realizar, de compreender a real conexão que temos com todos os seres viventes. Esse equilíbrio interno tem correspondência em nosso comportamento no dia-a-dia. Tornando os relacionamentos em todas as áreas da vida mais bem sucedidos e harmoniosos.
Namastê!