A obra fundamental do sistema filosófico do yoga, foi a de Patanjali, composta em um período incerto situado entre os séculos IV a.C e V d.C.
Patanjali sistematizou o yoga através dos sutras ou aforismos. Sutra significa fio, estando numa sequência ordenada de pequenas frases com amplo e profundo sentido, como que em uma guirlanda na qual o fio sustenta a sequência precisa das flores. Ele sugere uma prática descrita numa metodologia de oito etapas, que ficou conhecida como ashtanga yoga ou yoga de oito (asta) partes (anga). Estas partes são as seguintes:
1- Aprender a viver em harmonia com os outros (yamas);
2- Manter o corpo, a mente e o espírito saudáveis e felizes (niyamas);
3- Praticar posturas psicofísicas para fortalecer o corpo (asanas);
4- Respirar corretamente para fazer fluir a energia (pranayama);
5- Concentrar nossas forças mentais no interior do ser (pratyahara);
6- Focalizar toda a atenção em determinado objeto (dharana);
7- Repousar em meditação profunda e natural (dhyana);
8- Equanimidade, transconsciência (samadhi).
Outras escrituras (shastras) diretamente relacionadas ao hatha yoga são:
Hatha Yoga Pradipika – escrito por Svatmarama em uma época imprecisa situada entre os séculos XIV e XVI. O sistema de Svatmarama ficou conhecido como caturanga yoga, significando “sistema de quatro partes”, que são:
– asanas (posturas);
– pranayama (controle do alento);
– mudras – gestos simbólicos feitos com as mãos, posturas e pressões em pontos sensíveis do organismo. Incluindo bandhas, que significa literalmente um nó, e é aplicada a variadas contrações e relaxamentos musculares com vista a influenciar os sistemas nervoso, vascular e glandular.
– nadanusandhana (absorção nos sons internos).
Gheranda Samhita – escrito por Gheranda provavelmente entre os séculos XVII e XVIII. Descreve uma quantidade significativa de técnicas de purificação ou kriyas. O sistema de Gheranda é conhecido como saptanga yoga, ou o sistema de sete partes, sendo elas:
– satkarma ou kriyas (técnicas purificatórias);
– asanas (posturas);
– mudras (técnicas acessórias, travas);
– pratyahara (abstração dos sentidos);
– pranayama (controle do alento);
– dhyana (meditação);
– samadhi (equanimidade, transconsciência).
Sendo o objetivo dessas escrituras nos concederem autoconhecimento, logo, livros de outras culturas sobre o mesmo assunto podem ser úteis ao praticante de hatha yoga. Sempre vale a pena a pesquisa e o aprendizado, utilizando o discernimento (viveka) e cultivando o autoestudo.
Namastê!
Silvia Oliveira