Se observarmos atentamente, notaremos como tudo no universo segue um princípio não linear de procurar o equilíbrio. Vemos isso, por exemplo, nas células do corpo humano em seu processo de homeostase (capacidade do organismo de manter o meio interno em equilíbrio apesar das alterações do meio).
No sistema do hatha yoga constatamos os mesmos conceitos (absorção de nutrientes e eliminação de resíduos): nós nos nutrimos com o movimento e a consequente manutenção da boa postura, com o controle respiratório e o yoga mental (samyama), onde a purificação – saucha – permeia essas técnicas e cria condições favoráveis à eliminação de bloqueios e obstruções que surgem nos sistemas físico e mental, melhorando seu desempenho.
Enquanto praticamos yoga percebemos nossa rigidez, resistência e desconcentração, e o fato de encararmos esses empecilhos ao nosso desenvolvimento e utilizarmos os instrumentos que o yoga nos oferece, atraímos maleabilidade e leveza, fluindo com a vida.
Tanto os empecilhos que eliminamos quanto o processo de eliminação mostram as atividades essenciais de manutenção da vida.
Uma boa ilustração são as posições de equilíbrio do yoga, como a da árvore, do dançarino e da palmeira; enquanto as fazemos, podemos notar a instabilidade física e /ou emocional, e nos sentirmos frustrados. Porém, mesmo nessa fase de conquista da posição, de percepção do que está desequilibrado, já estamos desenvolvendo positivamente esses mesmos aspectos.
Desta forma, o yoga, assim como a natureza do ser humano em seu funcionamento biológico, nos mostram que “não existe perfeição no equilíbrio, e sim na busca constante dele”.
Namastê!
Silvia Oliveira